Um monólogo interior torrencial à procura do espaço do poema. O que me agrada na poesia de Alberto Pereira é o fulgor da palavra, o tapete poético que ele estende para o pensamento. A poesia portuguesa contemporânea renova-se, cruza-se num rio de vozes e é aí, nessa fissura de encontros, que Alberto Pereira tece a sua rede de palavras, de referências e de invocações, numa elegância e num envolvimento singulares em que predomina a metáfora, a imagem corpórea e a reflexão filosófica. Uma poesia que surpreende, agita, questiona e comove, o que para o leitor é uma matéria luminosa.
Jaime Rocha